décima sétima carta
devo parar de te escrever.
não porque você esteja suficientemente escrita, mas porque a vontade de escrever é só sua - e infinita: uma espécie de morte.
a escrita, lançada daqui, não te alcança.
no fundo, te perde no desejo mesmo de te alcançar
{você bosque demais.
pede notícias, exterioridades, significados -
sempre a ânsia de ter o mundo mais perto.
não há o que remeter para além deste -
o remetente.
a carta é o que não chega a ser -
e, na sua insuficiência,
arfando como um urso na neve,
é.
lembranças.
eu
Anelito: gostei dessa imagem do urso na neve arfando.
ResponderExcluirUma sugestão: republique aqui aqueles ensaios sobre Caldas Barbosa e Severiano Ribeiro. São ótimos e ficaram na memória.
Teve tb um texto seu sobre poesia afro que falava em Luís Gama: ele precisa ser melhor estudado. O texto convergia no poeta afro Ricardo Aleixo, concluindo de maneira meio forçada que Ricardo seria o primeiro poeta autenticamente black do Brasil, mas tb acho que vale vc republicar por reabrir o debate.
ResponderExcluirAbs do Lúcio Jr.
lúcio, obrigado pela lembrança. estou organizando edições de minha produção crítico-ensaísta. espero que consiga sair com um volume ainda este ano, apesar das mil tarefas em que me encontro envolvido.
ResponderExcluirabraço.
anelito