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quinta-feira, 3 de setembro de 2009

JORNALISMO | A havência do nada

ANELITO DE OLIVEIRA - Chega ao fim, neste exato momento, a série "Diálogos para um monólogo", que comecei a publicar dia 22 de agosto, dando vazão a pensamentos soltos, sem nenhuma preocupação maior que a de soltar o próprio pensamento preso que tem sido uma marca do sujeito dos dias que vivenciamos - contra a vontade até dos indivíduos que somos.
Esses microtextos não têm a pretensão a ser nada previsto na dinâmica das formas literárias: nem poesia, nem conto, nem teatro, teorema, fragmento filosófico etc etc. Alias, sim, têm uma grande pretensão: a ser nada. E tudo que posso dizer não é nada de novo desde Mallarmé: como é difícil produzir uma forma-nada, absolutamente fora de qualquer sentido de forma!
De todo modo, é isso que entendemos, no fundo do desentendimento que nos habita e nos instiga e nos move e nos indefine no mundo das definições, por escrever: isso que resiste ao nome, que luta contra o nome em nome de um permanente vir-a-ser na linguagem. Que esses "Diálogos" sejam uma cena de escrever, um movimento no sentido de inscrever a havência, o alarido do nada havendo, já é algo.

2 comentários:

  1. Prazer passarei mais vezes por esse sítio, como dizem nosso bons portugueses, esperando novidades
    Paz e Pé Adiante

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  2. Uai, Anelito, vc não desprezava os blogueiros?

    Aderiu ao nada?

    Da lama ao nada? KKK

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