Páginas

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

LITERATURA | Criação

décima primeira carta



você me pergunta pelas coisas. sempre o desejo de saber, como se eu soubesse algo sobre alguma coisa. você, certamente, sabe - e desejo que não me diga nada.
mas as coisas, não há dúvida, existem, dão-se a ver - e em certos momentos fica mesmo impossível não vê-las.
por exemplo, o telhado das casas do alto daquele mirante. parece outra cidade. quando tudo começou, não pensei que chegasse a tanto, que haveria um limite.
todavia, não estou bem certo se aquilo que vejo dali realmente existe, se chega a ser uma coisa ou é viagem minha. talvez seja.
quando penso nessa distorção entre o que vejo e o que sinto aqui, tendo a concluir que não devo atender a seu pedido de informação.
concluo.


lembranças.



eu

Nenhum comentário:

Postar um comentário