oitava carta
fico pensando no que significa assumir a prosa, já que é imprescindível para chegar até aí, no mundo, onde você escuta rádio aeme e lava roupa -
é começar a abordar isso, como polícia, que é como sempre se aborda, baculejos.
é difícil aceitar um conhecimento por invasão, tomando o poder no espaço corpóreo, tocando em tudo como se apenas coisas, órgãos, fossem -
mas, sim, é assim que tudo fica mais claro, que a existência se torna algo absolutamente claro. mas também absurdamente simplista.
não, assumir a prosa pode ir além do mundo onde a marquesa saiu a tantas horas, que tanto incomodava valéry, para atingir a possibilidade da chegada - inesperado sentido -
na noite, sem conhecimento, sem querer dizer nada que você compreenda e responda representando - que o escuro nos esconda.
lembranças.
eu
Anelito, eu queria te fazer uma provocação; vc já reclamou contra Gil aqui no blog, que ele viajava pelo mundo com dinheiro federal, etc. Mas o que acha da crítica que fizeram dele, que ele era um mulato pernóstico?
ResponderExcluiroi, tanto tempo! escrevi aquele texto diante de um fato que me pareceu esquisito, para dizer o mínimo: gil pegando carona com lula. vi como um oportunismo besta, e mais: aquela coisa do amigo do rei. fiquei indignado com lula e gil diante desse fato, e acabei falando um pouco da minha decepção com os dois na presidência e no minc em função da expectativa que tínhamos em relação a eles. mas foi uma intervenção pontual, no calor da hora. não sou inimigo de lula e gil, pelo contrário: sou amigo demais do que representam, e devo mesmo confessar que meu olhar político, poético e existencial se configurou como tal, com seus altos e baixos, a partir da contribuição de caras como eles. não concordo, obviamente, com a redução racista de gil a "mulato pernóstico". gil é como é - misterioso. aquele abraço.
ResponderExcluir