Páginas

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Clarão 13

Chegar ao mundo - chega-se ao mundo. Dizer isso pressupõe que não se está naturalmente no mundo, que está-se distanciado do mundo, sem que se saiba, também, onde realmente está-se. Pode-se discorrer sobre isso, claro, recorrendo a toda a tradição metafísica, e tudo resultará apenas num insolúvel problema metafísico. Nossa perturbação, minha, é mais material que essencial, deriva do estar situado para além da essência, como pensava Emmanuel Lévinas (Autrement qu´être ou au-delà de l´essence), diversamente sendo. Chegar ao mundo é participar da essência do mundo, compartilhar dessa essência, converter-se, no limite, à essência-mundo. Essa essência, definida antes da nossa chegada ao mundo, aprioristicamente, antes da nossa experiência do mundo, portanto, é a negação do que realmente somos. | ANELITO DE OLIVEIRA

Nenhum comentário:

Postar um comentário