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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Clarão 14

Há um descompasso, uma desarmonia, entre o que realmente somos e o que o mundo realmente é. Não somos o que o mundo nos obriga a ser na cotidianidade, nem o mundo é o que desejamos que ele seja. Desde que nos entendemos por gente... - como esquecer desta frase? Marca dois momentos: um em que não nos entendíamos por gente, outro em que passamos a nos entender por gente. Diz ainda que houve um tempo em que não éramos gente, tempo sobre o qual não temos o que dizer, tempo esquecido. O que éramos, então, quando não sabíamos que éramos gente? Ainda não tínhamos chegado ao mundo, ainda não tínhamos aceitado o acordo - prescrito pelos donos do mundo - para se estar no mundo. Desde que nos entendemos por gente, estamos numa profunda desarmonia com o mundo. Uma voz apenas como exemplo, e basta: "vontade de viver mais/ em paz com o mundo e comigo" (Chico César). | ANELITO DE OLIVEIRA

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