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sábado, 3 de dezembro de 2011

Clarão 5

E é precisamente aí que começa o mundo, quando nos descobrimos envolvidos, imbricados, misturados. Sair, distanciar-se, vai-se tornando cada vez mais impossível. Estamos presos. A consciência de não ser livre, ou totalmente livre, é o princípio de materialidade do mundo. Não se trata, ou não se trata mais, de uma questão de ideias, de mera filosofia, mas de uma questão de vida - e morte. A literatura - tudo aqui tem a ver com isso - aparece, então, como uma possibilidade de reconciliação com o mundo. É preciso reconciliar - pensava Hannah Arendt - com aquilo que nos dilacera, reconciliar no sentido de compreender o que é isso que nos dilacera. Sem reconciliação, passaremos a vida em guerra contra um inimigo que sequer conhecemos claramente, um inimigo sombrio.| ANELITO DE OLIVEIRA

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