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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Clarão 15

Estamos em guerra com o mundo desde o início, até mesmo os mais apaziguados, ou, principalmente, os mais apaziguados, sempre em guerra íntima com o mundo, dissimulando seus conflitos para que ninguém fique sabendo, até a hora da explosão final, falência total dos órgãos, perda total de tudo. Lembro-me, após recordar o extraordinário trovador paraibano, do poeta Waly Salomão gritando num evento, poucos meses antes de morrer: que paz o quê? Poesia é guerra! O slogan do evento era "poetas pela paz" - yorubárabebaiano Waly. A guerra, a desarmonia, com o mundo é uma forma de se resistir a converter-se em essência do mundo, em ser o mundo estabelecido pelos donos do mundo. Desde que nos entendemos por gente, estamos perdendo essa guerra, caindo e levantando e voltando a cair até o dia em que o mundo nos impõe a pena capital - nossa dignidade consiste em não entregar os pontos. | ANELITO DE OLIVEIRA

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