Páginas

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Clarão 8

A literatura - e as artes e o pensamento de um modo geral - pode viver confortavelmente distante do mundo das coisas, alienada. Mas será uma vivência sem qualquer importância, uma espécie de morte. Para chegar a ter importância real, é preciso que a literatura se aproxime da vida como ela é, assuma um caráter mundano - ainda que nada disso seja consensual, objetivo, contratual. Nessa aproximação, é grande a possibilidade de a literatura não se suportar, entrar em crise, esfacelar-se. Por isso mesmo costumamos ter, desde o início, uma preocupação excessiva com a literatura, uma disposição para cuidar da literatura, como se esse fosse o nosso destino. A literatura passa, então, a ser um nome para uma entidade sagrada, que precisa ser apenas reverenciada. O que está por trás, no meio e na frente disso? | ANELITO DE OLIVEIRA

Nenhum comentário:

Postar um comentário